Laudo do acidente da TAM aponta erros sucessivos
Agência Estado - 14/11 - 10:43
SÃO PAULO - Após 16 meses de investigação, o Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo finalizou nesta semana o laudo sobre o acidente com o Airbus A320 da TAM. O primeiro parecer técnico e oficial sobre a tragédia que deixou 199 mortos em 17 de julho do ano passado deve ser entregue na segunda-feira à Polícia Civil, que apontará os responsáveis pelo desastre e dará o inquérito por encerrado, remetendo-o ao Ministério Público Estadual (MPE).
As conclusões descritas ao longo de quase 700 folhas e 2.500 páginas de anexos focam nas falhas administrativas cometidas principalmente pela cúpula e por altos funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), além de identificar erros por parte da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), da TAM, dos pilotos do avião e até da fabricante do jato.
Os envolvidos deverão ser enquadrados no crime de atentado contra a segurança de transporte aéreo (artigo 261 do Código Penal). Por causa das mortes, a pena é equiparada à do homicídio culposo - de 1 a 3 anos de detenção. A punição pode ainda ser acrescida em até dois terços da pena-base, uma vez que, numa mesma ação, houve mais de uma vítima.
De acordo com o fontes ouvidas pelo jornal "O Estado de S.Paulo", caberia à Anac editar uma norma que vetasse o pouso de aeronaves no Aeroporto de Congonhas quando as condições fossem adversas. No dia do acidente, chovia e a pista estava escorregadia.
A parcela de culpa da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) está relacionada a liberação do aeroporto para operar sem o grooving na pista (ranhuras que ajudam no escoamento da água).
Já a Airbus, fabricante do avião, classificou como "desejável" e não "obrigatória" a instalação de um alarme que auxiliaria os pilotos a corrigirem erros no manuseio dos manetes. Por isso, os computadores não advertiram para o risco de acidentes.
O erro da TAM foi o treinamento ineficiente fornecido aos pilotos, já que os comandantes Kleiber Lima e Henrique Stefanini di Sacco não fizeram o procedimento recomendado para aquela situação.
O acidente
No dia 17 de julho de 2007, por volta das 18h45, o Airbus A-320, vôo 3054, da TAM, que havia partido de Porto Alegre às 17h16, não conseguiu pousar na pista do Aeroporto de Congonhas.
A aeronave atravessou a Avenida Washington Luís e se chocou com o prédio da TAM Express ao lado de um posto de gasolina, causando uma forte explosão. Todos os passageiros do Airbus morreram, além de alguns funcionários da TAM que estavam no prédio atingido.
Este foi o pior acidente da história do País e deixou, ao todo, 199 mortos, superando o acidente com o Boeing 1907 da Gol, ocorrido em 29 de setembro de 2006 e que deixou 154 vítimas.
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