34,5 milhões vivem sem esgoto nas cidades
IPEA - 04/06/2008
Além do saneamento, a pesquisa mostra outros aspectos, como raça, condições de habitação e diferenças regionais.
Apesar do crescimento de 3,2 pontos percentuais desde 2001 na cobertura dos serviços de saneamento no país, 34,5 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso à coleta de esgoto nas áreas urbanas. Nos dados divulgados pelo Ipea, 73,2% dos brasileiros têm acesso simultâneo aos serviços de saneamento. Estes serviços avançaram mais entre a população negra que entre os brancos de 2001 a 2006.
Apesar disso, nas cidades brasileiras, os negros ainda sofrem em uma proporção quase 2 vezes maior com a oferta insuficiente desses serviços, quando comparados com os brancos. De modo que as desigualdades também se fazem notar sob a perspectiva racial.
A população atendida por serviços de água canalizada chega à taxa de 91%, os serviços de esgotamento sanitário alcançam 77,8% e a coleta de lixo beneficia 97,1% da população urbana brasileira.
Habitação
Há superlotação nos domicílios urbanos, porque 13,2 milhões de pessoas vivem à razão de três pessoas por dormitório. Há também ônus excessivo com aluguel, porque 5,1 milhões de indivíduos gastam mais de 30% da renda em aluguel. Já a irregularidade fundiária atinge 7,6 milhões.
Desigualdade regional
A falta de saneamento adequado atinge seis vezes mais pessoas das cidades do Norte e quatro vezes mais as do Nordeste se comparadas à população do Sudeste.
A expectativa do governo brasileiro é de alcançar em quatro anos a meta relativa a saneamento dentro do objetivo de garantir a sustentabilidade ambiental, estabelecido pela ONU como um dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM): reduzir à metade a proporção da população sem acesso permanente e sustentável a água potável e esgotamento sanitário até 2015.
Segundo a pesquisadora do IPEA Maria da Piedade, o Brasil atinge a meta de água, mas não a de esgoto. "Considerando que a proporção da população urbana com cobertura pelos serviços de abastecimento de água por rede geral canalizada no interior do domicílio em 1992 - ano base para o estabelecimento da meta - era de 82,3% e que a meta para 2015 é alcançar 91,2% da população urbana,mantido o ritmo de crescimento da cobertura desses serviços, que foi de 0,61 ponto percentual ao ano entre 1992 e 2006, o Brasil deverá atingir a meta referente ao acesso a água potável nas áreas urbanas em breve", diz ela.
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